Artista » Carlos Ricardo

  • Área cultural: Dança
  • Comunidade: Vila Novo Ouro Preto
  • Telefone(s): (31) 3443-8832 / 9292-3829
  • Classificação: Axé;

Descrição:

Dançando conforme a música
O maior desejo de Carlos Ricardo é voltar a dançar com seu grupo de axé, que terminou por falta de recursos.
A falta de recursos, uma das principais dificuldades apontadas pelas pesquisas da ONG Favela é Isso Aí, é responsável pelo fim de muitos grupos culturais, entre eles, o Swing Mineiro, formado por jovens da Vila Novo Ouro Preto. Carlos Ricardo Rodrigues Damazo (20), dançarino de axé e dança afro há três anos começou a se interessar pela dança assistindo apresentações dos grupos baianos através de programas de televisão e vídeos. Pela observação, aprendeu os primeiros passos e, hoje, já dá aulas de dança.
Movido pelo amor à arte, Ricardo, como se apresenta artisticamente, decidiu participar de campeonatos que aconteciam no Mineiríssimo e montou com os amigos o grupo Swing Mineiro, nome que hoje pertence a outro grupo. Apresentava-se nos campeonatos e em colégios, mas não tinha retorno financeiro com as apresentações. Sem apoio para transporte e para investir em figurino, além da necessidade de um trabalho para sustento próprio, tornou-se difícil prosseguir. A falta de recursos fez com que os cinco jovens interrompessem as atividades. Ricardo então começou a dar aulas numa academia do bairro Santa Terezinha, para adequar o prazer de dançar à necessidade de renda.
Dança como trabalho e também nas horas vagas. Como voluntário na Igreja de Nossa Senhora Aparecida, na Vila Novo Ouro Preto, Ricardo foi instrutor de dança. O dançarino conta rindo, bem humorado, que uma vez, numa sala da igreja, em que cabiam trinta pessoas, havia sessenta. “O calor era tanto e o espaço tão pequeno, que o suor molhava o chão e dificultava a execução dos passos, então escorreguei e cai”, conta. O rapaz acredita na importância de oferecer uma alternativa de lazer para as crianças no período de férias, porque além de ser uma pratica de atividade física, é divertido e pode prevenir o envolvimento com a violência.
Pelo trabalho voluntário, ficou conhecido na Vila Novo Ouro Preto e a Escola Municipal Carmelita Carvalho enviou uma carta, convidando Ricardo para dar oficina de dança no local, através do Programa Escola Aberta, que oferece oficinas profissionalizantes e culturais a alunos da rede municipal de ensino.
Ele discorda do conceito de que o Axé seja apelativo e sensual, acredita que a sensualidade está nas pessoas que desejam transmitir essa postura através da dança. Ele exemplifica dizendo que para as crianças dançar axé é uma atividade lúdica. Nas oficinas, procura ensinar não somente os passos corretos, mas trabalhar a auto-estima dos alunos. O dançarino afirma que a escola ficou marcada por um episódio de violência ocorrido no local, onde já houve um homicídio. Ele deseja que as crianças derrubem esse estigma de violência, mostrando para a comunidade que a escola é um espaço onde existe cultura, informação e lazer.
A dança representa um vínculo afetivo de amizade na vida de Ricardo. Aprendeu alguns aspectos culturais da música e da dança de Angola, com um amigo nascido neste país. Ele ressalta que no Brasil a música geralmente está baseada na experiência pessoal de cada um, enquanto em Angola é vista também como uma manifestação religiosa. “A dança para os angolanos é uma forma de louvar a Deus”, explica.
Ricardo vê no Escola Aberta uma oportunidade de compor um novo grupo. Ele sonha poder dançar profissionalmente e ter seu trabalho reconhecido para, assim, poder viajar para o nordeste para ver de perto uma apresentação de seus grupos preferidos.

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