Conjunto Mariano de Abreu e Vila Boa Vista População: 5559

O Conjunto Mariano de Abreu e a Vila Boa Vista estão localizados na região Leste de Belo Horizonte. Até o ano 2000, o acesso à região era precário, mas a canalização do Rio Arrudas, a extensão da Avenida dos Andradas e a construção do Metrô foram fatores que facilitaram a integração da área.

O Conjunto Mariano de Abreu e a Vila Boa Vista estão localizados na região Leste de Belo Horizonte. Até o ano 2000, o acesso à região era precário, mas a canalização do Rio Arrudas, a extensão da Avenida dos Andradas e a construção do Metrô foram fatores que facilitaram a integração da área.

A Vila Boa Vista está localizada entre os bairros São Geraldo e Boa Vista e sua ocupação foi iniciada em 1940. É conhecida também como Parque Horto. Sessenta e seis anos após o início da ocupação, a vila ainda não possui equipamento comunitário, área de lazer e igreja católica. Como local de expressão religiosa existe somente uma igreja evangélica, localizada na Rua Rita Marcelina.

A comunidade da Vila Boa Vista utiliza o posto de saúde do Conjunto Mariano de Abreu, o que obriga os moradores a deslocarem para a comunidade vizinha para receber atendimento.

A primeira associação de moradores criada na região foi a AMA – Associação dos Moradores do Mariano de Abreu e do Parque Horto e nasceu em 1980. Nesta época havia muitos desmoronamentos de casas e existiam áreas de risco iminente. O desejo da prefeitura era levar as famílias para o Conjunto Palmital, em Santa Luzia, e Morro Alto, em Vespasiano. No entanto, os moradores não aceitaram a proposta e lutaram para permanecer na região, organizando-se numa associação informal. Nesta época, o Conjunto Mariano de Abreu ainda não existia.

No dia cinco de janeiro de 1984 foi realizada a primeira ocupação de terra em Belo Horizonte após o Golpe Militar, numa área do Bairro Boa Vista, próxima à pedreira, chamada Mata do Inferno. Em 23 de fevereiro de 1985, data da realização da primeira edição do Festival de Música Rock In Rio, no Rio de Janeiro, foi organizado o mutirão para a construção das casas do Conjunto Mariano de Abreu, motivo pelo qual o conjunto foi apelidado popularmente como Rock In Rio.
Para pressionar o poder público a construir do conjunto, foi fundada em 27 de agosto de 1985 outra entidade, a Associação Comunitária e Habitacional Cinco de Janeiro, em homenagem à data da ocupação do local, em atividade até os dias atuais.

De acordo com depoimentos de moradores mais antigos, o Conjunto Mariano de Abreu foi ocupado por famílias vindas de várias áreas de risco de Belo Horizonte, existentes em locais como Nova Granada, Alto Vera Cruz e Favela do Rio Arrudas. As pessoas que chegavam ao local, em sua maioria desempregados, não tinham condições seguras de moradia e precisaram começar do zero a construção do Conjunto. A área era toda coberta por vegetação e não havia água, luz ou ruas pavimentadas, as primeiras moradias eram improvisadas debaixo de lonas.

Na administração do prefeito Sergio Ferrara o conjunto foi construído em sistema de co-gestão entre prefeitura e moradores. Como alternativa de fonte de renda aliada à necessidade de estabelecer moradia no local foi realizado um grande mutirão para a construção das casas. Homens e mulheres quebravam pedras na pedreira com marretas que pesavam entre oito a doze quilos. Muitas mulheres que trabalharam na construção do Conjunto, posteriormente, foram encaminhadas pela Prefeitura para trabalhar na SLU, devido ao fato de o trabalho na pedreira exigir muito esforço físico.

A luta da Associação dos Moradores do Mariano de Abreu e Vila Parque Horto aconteceu entre 1980 e 1992, e estagnou devido ao falecimento de membros da diretoria. Em 2000, surgiu a Associação de Moradores da Vila Parque Horto. A entidade era presidida por Edson Pereira e depois pelo Sr. Doca, que faleceu. Com a morte de Sr. Doca, os integrantes da associação interromperam os trabalhos em 2003.

Recentemente foi criada a ASCOVIBV – Associação Comunitária da Vila Boa Vista, registrada formalmente em 24/06/06. As reuniões acontecem na casa do atual presidente Sílvio Omar de Queiroz, a residência funciona como sede provisória para a associação. Segundo o presidente da ASCOBIBV, a associação foi registrada com nome diferente do original porque a área de abrangência é limitada à Vila Boa Vista, tendo o Conjunto Mariano de Abreu a sua própria entidade representativa. Os interesses em conquistar melhorias nas áreas de moradia, cultura, lazer e saúde continuam em pauta nas reuniões. Hoje as associações trabalham fomentando um diálogo de troca de conhecimentos, para gerar benefícios tanto para a Vila Boa Vista quanto para o Conjunto Mariano de Abreu.

De acordo com Sílvio Queiroz, em 2004 as duas comunidades conquistaram recursos através do Programa de Moradia Melhor de Intervenção em Área de Risco, do Ministério das Cidades. No entanto, os recursos para obras de tratamento de encostas foram utilizados somente para o Conjunto Mariano de Abreu, para retirar as famílias da área de risco conhecida como Galpão, ocupada desde 1975. Atualmente ainda existem famílias no local que serão beneficiadas pelo PROAS – Programa de Remoção e Reassentamento em Função de Obras Públicas, da Prefeitura de Belo Horizonte. O PROAS é responsável pela retirada de famílias de locais onde serão realizadas obras públicas e pelo reassentamento dessas pessoas. Os beneficiados serão orientados na compra de novas moradias.

Segundo dados da URBEL – Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte, existe ainda um Galpão, ladeado por rochas, edificado pelo poder público na época da construção do Conjunto Mariano de Abreu. O local é reservado para áreas verdes e tinha como destinação prevista um campo de futebol e uma área de lazer. Em 1988/89 ocorreu uma grande enchente e o referido galpão foi utilizado para abrigar moradores que perderam suas casas com as chuvas.

Segundo Marizete Amaral Leão, que preside a Associação Comunitária e Habitacional Cindo de Janeiro, do Mariano de Abreu, houve uma tentativa de se implantar no local uma gráfica para geração de trabalho e renda. A estrutura da gráfica foi montada com recursos da Prefeitura, porém não chegou a funcionar devido a problemas de prestação de contas.

Desde 2002, funciona no galpão o Qualificarte II, equipamento que funciona sob gestão da PBH – Prefeitura de Belo Horizonte e oferece cursos de qualificação profissional para pessoas que são assistidas por programas e instituições como NAF – Núcleo e Apoio à Família, Bolsa Moradia, República Reviver, Programa Liberdade Assistida e também cidadãos originárias de abrigos. Antes disso, o espaço foi esporadicamente ocupado por famílias que perdiam suas casas em razão de chuvas ou risco geológico.
Ainda hoje, a comunidade tem algumas casas em áreas de risco. Em 2006, obras de tratamento de encostas foram iniciadas com recursos da Prefeitura de Belo Horizonte.

Outra conquista da ASCOVIBV foi através do Orçamento Participativo, com a abertura da Rua Rita Marcelina e da Rua Copéia. As obras serão iniciadas assim que as famílias forem reassentadas em outro local e para isso estão sendo feitas negociações.

A Vila Boa Vista ainda apresenta problemas na rede de esgoto que foi construída precariamente pelos próprios moradores. Há locais como na Rua Tucumã, Beco Florestal, Rua Itaité e Rua Copéia onde corre esgoto a céu aberto. Há um trecho da Rua Tucumã que foi aberta sem infra- estrutura de esgoto e que os moradores reclamam muito. A Vila Boa Vista demanda ainda a eliminação de áreas de risco, abertura de ruas, pavimentação e drenagem, implantação de equipamento de saúde e área de lazer.

Entre as principais necessidades expostas pela comunidade do Conjunto Mariano de Abreu, atualmente, estão a eliminação de áreas de risco, implantação de programas sociais voltados para jovens e crianças, realização de cursos profissionalizantes e diminuição da violência.

Em termos de infra-estrutura e saneamento básico, as maiores dificuldades encontram-se na Rua Madre Isabel Tejero, Rua Cinco de Julho e Beco da Paz, onde faltam redes de esgoto.

Na área cultural, há a demanda pela implantação de uma biblioteca ou centro cultural. O Conjunto possui como área de lazer e convívio social o Espaço BH Cidadania, localizado na Rua Cinco de Janeiro, nº115, composto por campo de futebol, arquibancada, playground e aparelhos de ginástica. O Mariano de Abreu é equipado ainda com Posto de Saúde, três escolas municipais e uma escola estadual, que atende também moradores do entorno.

Calendário

FestaMêsDiaLocal
Encenação da Paixão de CristoAbrilParóquia São Geraldo
Festa Dia das CriançasOutubro12Rua Mayrink Veiga
Festa Junina – Arraial do São GererêJunhoAvenida Silva Alvarenga

Conjunto Mariano de Abreu e Vila Boa Vista
Conjunto Mariano de Abreu e Vila Boa Vista
Conjunto Mariano de Abreu e Vila Boa Vista
Conjunto Mariano de Abreu e Vila Boa Vista
Conjunto Mariano de Abreu e Vila Boa Vista
Conjunto Mariano de Abreu e Vila Boa Vista
Conjunto Mariano de Abreu e Vila Boa Vista

Artistas