Regional General Carneiro (Sabará) População: 40000

Nos dias de hoje, a regional General Carneiro como um todo apresenta melhores condições de vida, apesar de muitas localidades reivindicarem, ainda, uma infra-estrutura mais adequada.

O marco inicial para o desenvolvimento da região foi a construção da Fábrica de Tecidos Marzagão, fundada em 1878. Já em 1915, a região contava com um grande contingente populacional e toda infraestrutura residencial e educacional para seus funcionários, além de posto médico, teatro e cinema. Em 1938, o bairro foi criado como desmembramento do território de Belo Horizonte. Cinco anos depois, passou a se chamar Marzagânia. E, finalmente, em 1962, por meio de um decreto, o nome do local foi definido como Carvalho de Brito, em homenagem à família proprietária daquelas terras.

Em 1895, com a construção da estação General Carneiro, um dos trechos da Estação Ferroviária Central do Brasil, a região recebe outro impulso para o desenvolvimento. De acordo com o pesquisador da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, Ralph Mennuci Giesbrecht, a estação foi construída na foz do Ribeirão Arrudas, para transportar materiais e trabalhadores para a cidade de Belo Horizonte, que estava em construção.

O nome da estação foi uma homenagem ao General Carneiro, aclamado herói na Revolução Federalista de 1892, que estourou no sul do país durante o governo do Marechal Floriano Peixoto. Em 1960, o prédio original da estação foi demolido e em seu lugar foi construída uma versão mais moderna, que permaneceu em atividade, servindo de ponto de passagem para os trens de subúrbio de Belo Horizonte, até 1990. Dona Nilza Gomes Amarante, que vive em General Carneiro há 65 anos, lembra-se que antes a estação funcionava como uma praça, onde todo mundo ia passear. Nas mediações do local surgiram vários bairros, cada um deles com suas peculiaridades e sua própria história. O fator que os une, além da proximidade, é o processo histórico de conquista de melhorias para as comunidades, que aconteceu, em grande parte, entre as décadas de 70 e 90 do século passado.

Ao relembrar a situação da região há 38 anos, Aparecida Ferreira Costa Silva, membro da Associação Comunitária Vilas Reunidas (ASCOMVILAS), comenta que, naquela época, na Vila São José, o caminho era feito por trilhas, existia muito mato e poucos moradores. Somente em 1993 começou a chegar água e saneamento no local. “O bairro foi asfaltado em 1998. Os moradores fizeram uma reivindicação à Prefeitura para melhoria do bairro, o prefeito da época atendeu ao pedido, cedendo a mão-de-obra e os moradores arcando com as despesas do material, desta forma o bairro foi asfaltado”.

No bairro Nações Unidas não foi muito diferente. O senhor Luiz Carlos de Souza lembra que, há 40 anos, o local era muito precário, não tinha ônibus nem água e tampouco calçamento, com as ruas cheias de buracos. “O bairro iniciou em 1969, em março, a maioria do pessoal veio de BH, compraram casas no sistema do BNH [Banco Nacional de Habitação]. O bairro tinha sido criado para os funcionários da fábrica conhecida como Marzagânia, como não houve demanda dos funcionários, então foi vendido através de financiamento”, conta ele.

Nos dias de hoje, a regional General Carneiro como um todo apresenta melhores condições de vida, apesar de muitas localidades reivindicarem, ainda, uma infraestrutura mais adequada.

Regional General Carneiro (Sabará)
Regional General Carneiro (Sabará)

Artistas

A regional General Carneiro, quando comparada a outras regionais, encontra-se bem servida de equipamentos sociais, com o total de 31. No entanto, é preciso fazer a seguinte ressalva: esse número é proporcional à quantidade de habitantes do local, que é maior que em muitas outras regionais. Desse total, há cinco associações comunitárias, cinco escolas estaduais, cinco escolas municipais, três centros infantis de educação, quatro postos de saúde, duas ONGs que trabalham com arte e cultura, um espaço cultural, um centro técnico de produção cultural, uma estação de arte, com oficinas de artes cênicas, um centro de convivência da juventude, uma pastoral da igreja, um grupo da Sociedade São Vicente de Paulo e uma rádio comunitária. Um dos aspectos que chama a atenção é a quantidade significativa de associações comunitárias, responsáveis pela intermediação entre poder público e comunidade e pela busca de melhorias sociais a partir das demandas locais. Contudo, como a regional abrange um vasto território, há uma diferenciação relevante entre os bairros, de modo que alguns deles apresentam uma situação mais precária que outros. Por exemplo, nem todos os bairros têm rede de esgoto – como o Alto Vila São José, Itacolomi e parte do Coqueiros – e falta pavimentação em alguns deles. Ademais, existe uma carência de equipamentos culturais e de lazer, como quadras de esportes e praças, na regional, na opinião de lideranças entrevistadas. Veja a listagem das instituições e dos equipamentos instalados na regional.