Vila São Tomás População: 7913

A Vila São Tomás se localiza na Regional Norte de Belo Horizonte, na bacia do Córrego Pampulha, que deságua no Ribeirão do Onça, ao Leste da Represa e ao Norte do Aeroporto da Pampulha.

A Vila São Tomás se localiza na Regional Norte de Belo Horizonte, na bacia do Córrego Pampulha, que deságua no Ribeirão do Onça, ao Leste da Represa e ao Norte do Aeroporto da Pampulha. Os bairros vizinhos da Vila são Itapoã, São Vicente, Vila Aeroporto, São Bernardo e Planalto. A Vila Aeroporto comunica-se com a Vila São Tomás através de pontes.

Segundo entrevistados, os primeiros moradores da comunidade se instalaram na área em meados da década de 1950, mas a vila se desenvolveu principalmente na década de 60. Os moradores contam que vieram de outras localidades da cidade, ou de cidades do interior do Estado, principalmente Vale do Jequitinhonha, Vale do Aço, Vale do Rio Doce e Norte de Minas.

Os moradores mais antigos contam que na época a região era “mato puro”, com poucas casas de sapé, e que as pessoas pegavam água na “Matinha”, hoje Lagoa do Nado. Muitos deles furavam cisternas, como contou Dona Eva Alves, moradora da comunidade há 46 anos e que conserva até hoje a cisterna no seu quintal. Os moradores buscavam lenha para cozinhar nas matas dos arredores e lavavam as roupas no Córrego Pampulha, pois na época a água era limpa e permitia até a pesca.

Na década de 1960, as famílias ocupantes enfrentaram ameaças de expulsão, em decorrência de ação judicial impetrada pelos proprietários, reivindicando a reintegração de posse dos terrenos. Há inclusive registro do uso de força policial, que resultou na retirada de algumas famílias.

Segundo Dona Priscila Freire, moradora do local conhecido como Chácara do Dr. Alberto, o terreno pertencia ao município de Santa Luzia e era conhecido como Fazenda das Embiras, local onde antes era uma Olaria, até o final da década de 30. A chácara, com cerca de 55 mil m2, situa-se às margens do córrego Pampulha, na fronteira entre as vilas São Tomás, Aeroporto e o bairro São Bernardo. A chácara se tornou em 2004 uma área ambiental.

No início da ocupação não havia iluminação pública, utilizando-se lampiões a gás ou querosene nas residências. D. Dodôra, uma das moradoras antigas da vila, contou que muitas famílias se instalaram próximas ao córrego porque na parte de cima os “jagunços” não deixavam que se construíssem casas.

De acordo com o Plano Global Específico da URBEL – PGE (2001, p.20): “boa parte da Vila era pertencente a um loteamento da FAYAL, de propriedade do grileiro Antônio Luciano”.
Por volta do início da década de 70, os moradores conquistaram a instalação da rede de energia elétrica na vila e ruas oficiais do loteamento.

Em 1980, nova ação de reintegração de posse determina o despejo de muitas famílias. Acuados e sob ameaças constantes de expulsão, os habitantes criaram a Associação dos Moradores da Vila São Tomás, para melhor se defender das ameaças de expulsão. A partir de então, ações judiciais semelhantes são contestadas pela Associação, que conta com apoio de advogados particulares e de órgãos públicos. Algumas demandas são ganhas e outras suspensas, à espera de acordo entre as partes.

No ano de 1986, devido a divergências entre as lideranças, surge outra entidade comunitária, a Associação Beneficente do Bairro Vila São Tomás. A URBEL implanta rede esgoto, de drenagem e pavimenta os becos; a comunidade ganha linha de ônibus e também um galpão comunitário com verbas da então Secretaria Especial de Ação Comunitária – SEAC, ligada à Presidência da República.

Em 1993 os moradores conquistam recursos no Orçamento Participativo para a urbanização da área chamada “Buracão”, que hoje tem o nome oficial de Vila São Vicente. No ano seguinte, conseguem a extensão do itinerário do ônibus até o interior da vila.

Nos dias de hoje a Vila São Tomás apresenta-se já consolidada e urbanizada, com posto de saúde próprio, escolas e creches. As lideranças apontam que ainda faltam áreas de lazer na comunidade, praças e um centro cultural próximo, pois os moradores acabam freqüentando o Centro Cultural São Bernardo, no bairro vizinho.

A comunidade está em processo de intervenções do Programa Vila Viva, assim como as vizinhas vilas São Tomás e Aeroporto.

FONTES:
Monografia: “O Passado, o presente e o futuro do espaço público na Vila São Tomás: A busca da cidadania pela via cultural” – Hely Rodrigues de Souza – Instituto de Geociências – Departamento de Geografia – UFMG.
Moradores antigos entrevistados pela equipe Favela é Isso Aí: Priscila Freire de Carvalho, Eva Alves da Silva, Ana Luiza Cordeiro da Silva.
Plano Global Específico (PGE) da Urbel – Nov/2001.

Calendário

Festa Mês Dia Local
Festa Aniversário do time de futebol Panela Agosto 2 Rua Maria Cândida
Festa da Igreja São Tomás de Aquino Outubro 28 Rua 10 de Novembro em frente a Igreja
Festa Dia das Crianças Outubro 12 Ruas da comunidade
Festas Juninas Junho Rua Maria Cândida e outras da comunidade
Pagode na rua em comemoração a jogos de futebol amador Janeiro Rua 10 de Novembro em frente ao bar do Elismar
Vila São Tomás
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Artistas

Na vila São Tomás, a equipe da ONG Favela é Isso Aí e bolsista da comunidade encontrou pelo menos 41 artistas-solo e grupos culturais em atividade, envolvendo cerca de 131 pessoas. A área artística mais representativa na comunidade é a Música, somando 22 cadastros (53,6% do total), com destaque para as bandas Maria Pretinha e Mary Be. Em segundo lugar está o Teatro, atividade desenvolvida por quatro cadastrados da comunidade. As áreas do Artesanato, Dança e Literatura vêm em seguida, com três representantes cada. Artes Plásticas e Artes Visuais, por sua vez, também têm seus adeptos na comunidade, sendo dois artistas envolvidos em cada modalidade. Um deles, o quadrinista Agnaldo César, foi mencionado como artista destaque e tem seu release apresentado no item relativo aos destaques locais. Considerando as particularidades locais, foram cadastrados também um produtor de eventos culturais e um time de futebol amador da série A. A maior necessidade relatada pelos artistas no desenvolvimento de suas atividades foi a falta de recursos materiais e financeiros, citada por 19 entrevistados (46,3% do total). Em segundo lugar vêm aqueles que apontam a necessidade de divulgação de seu trabalho (29,26%). Outros (12,2%) disseram ter necessidade de espaços para produzir, ensaiar, expor e/ou apresentar seu trabalho.