Arraial de Belô movimenta comunidades de Belo Horizonte

As apresentações do Arraial de Belô começam no próximo dia 30 e as comunidades participantes já estão a todo vapor. As nove regionais já estão mobilizadas, há vários dias. As inscrições foram encerradas no último dia 15. O festival de quadrilhas na capital é uma tradição e nos dois últimos anos Belo Horizonte abrigou o festival nacional, com grupos de todo país. Como neste ano o festival que contempla todos os estados não será realizado, o evento em BH será municipal, com a participação das quadrilhas da cidade.

Tadeu Martins, diretor de eventos da Belotur, lembra que o Arraial de Belô é o maior evento popular de BH e tem a participação dos quatro cantos da cidade. Neste ano, segundo ele, mais de 70 grupos, das nove regionais da cidade, participam do concurso.

Boa parte dos grupos da capital está nas vilas e favelas. A tradição de ares interioranos é forte também em BH. “Normalmente, a maior participação é dos bairros mais populares, uma tradição herdada das cidades do interior”, diz Tadeu Martins. Entre as quadrilhas da periferia, diversas comunidades estão representadas. A equipe de pesquisa da ong Favela é Isso, nos dois últimos anos, cadastrou várias delas, através de seu projeto Banco da Memória.

Numa dessas comunidades, o Conjunto Confisco, encontrou o Núcleo Recreativo Esportivo Social Cultural Chapéu de Palha, com 48 componentes e dois anos de existência. No Conjunto Felicidade, os membros do Arraiá Fogo na Perna tentam vencer as dificuldades e fazem apresentações também fora de época. Este ano, o grupo participa do Arraial de Belo com 18 pares. “As expectativas são boas, se todo mundo se esforçar um pouco dá pra ganhar”, diz Lucimar Regina Lopes da Cruz, membro da quadrilha. Na Vila Apolônia, há três anos o grupo Levanta Saia, composto por 40 pessoas, cuida da agitação junina na comunidade.

De todas as quadrilhas cadastradas no site da entidade, a mais antiga é o Arraial do Bambuzal, na Vila São Rafael, na zona leste da capital. Há 25 anos, o grupo, hoje com 60 componentes, vence dificuldades diversas, mas mantém a tradição e as apresentações que são famosas na comunidade e também fora dela. Apesar da falta de um espaço adequado para ensaiar, da dificuldade em recrutar dançarinos e da falta de dinheiro para trocar as vestimentas, o Arraial do Bambuzal segue representando a regional e a cidade e é sempre um forte concorrente no Arraial de Belô.

Hoje o Sr. Cassetete é o coordenador da quadrilha Arraial do Bambuzal, que se apresenta dia 30 na Regional Leste. Sua filha, Sheila, conta que a idéia foi dos avós dela e as gerações seguintes resolveram levar adiante. Sheila revela que quase todo mundo da vila já dançou no grupo Arraial. Atualmente, os filhos dos antigos integrantes é que fazem a festa. O grupo é parte importante da história da Vila São Rafael, e segundo a dançarina leva antigos moradores ao lugar. A organização da quadrilha começa no mês de novembro, a primeira fase e a de definição das roupas. Em janeiro, começam os ensaios, que são realizados na Escola São Rafael e duram até junho.

Segundo o diretor de eventos da Belotur, Belo Horizonte é a única cidade do país que tem um dia destinado aos quadrilheiros, o 1º de junho. O data foi instituída por lei municipal. “Existe um movimento nacional que, a exemplo de Bh, quer tirar o dia primeiro de junho como o Dia Nacional do Quadrilheiro. Nós saímos na frente”, conta Tadeu Martins.

Neste ano, as apresentações do Arraial de Belô nas regionais começam no dia 30 de junho e vão até o dia oito de julho. As festas e a seleção nas regionais serão nos dias 30 de junho e 1º de julho e no final de semana dos dias 7 e 8 de julho. Nos dias 13,14 e 15 será realizada a festa principal, com a competição entre as 21 finalistas. Seis das nove regionais terão dois representantes na final: Barreiro, Leste, Oeste, Noroeste, Centro-sul e Pampulha. As regionais Norte, Nordeste e Venda nova elegem, cada uma, três representantes. A apuração dos votos será no dia 16. Os prêmios para os quatro primeiros colocados, em dinheiro, são quatro, três, dois e mil reais respectivamente. A festa das finalistas conta com shows de Elba Ramalho e Tau Brasil e Banda.

De acordo com Tadeu Martins, o Arraial de Belô reúne mais de 300 mil pessoas e gera cerca de 2.550 postos de trabalho, entre temporários e efetivos. “Além de lazer, o evento gera oportunidades”, avalia.

FONTES
1) Belotur – Tadeu Martins, diretor de eventos da Belotur
Telefone: (31) 3277-9713 assessoria de comunicação
2) Grupo de Quadrilha Arraial do Bambuzal – Sr. Cassetete
Telefone: (31) 3461-5399
3) Arraia Fogo na Perna – Lucimar Regina Lopes da Cruz
Telefone: (31) 3437-1070
Consulta: http://www.belohorizonte.mg.gov.br/