Arte e profissão: estímulo e realidade

A perspectiva do trabalho no Brasil traz consigo, hoje, uma visão não tão otimista. Segundo pesquisas, o número de desempregados é grande e o mercado de trabalho não absorve a maior parte dos profissionais que se forma nas faculdades todos os semestres. E é justamente nas áreas da comunicação, social e das artes, para as quais há um incentivo maior por parte das ONG’s, que o contingente profissional se mostra maior que a capacidade de absorção do mercado. Hoje, nas vilas e favelas, onde a atuação do terceiro setor é mais intensa, é comum encontrar estudantes de sociologia, jornalismo e artes plásticas, vários egressos de projetos sociais.

Profissionais ligados à arte e artistas, por exemplo, encontram um mercado muito restrito. Para o professor Antônio Moreira Neto, doutor em administração pela UFMG, pessoas que se formam em jornalismo, sociologia e em profissões ligadas à arte, encontram um mercado onde o número de profissionais é muito superior à demanda. Para ele, esse quadro se dá em função, principalmente, da economia brasileira ainda girar em torno das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Na área cultural é bastante comum que as grandes empresas patrocinem eventos, projetos e artistas dessas estados enquanto Minas ainda conta com poucos recursos, de acordo com ele. Ainda segundo o professor, às leis de incentivo a cultura tem modificado esse quadro, e mesmo que aos poucos o “mercado cultural” no país tem se transformado, mas o fato das sedes das principais indústrias e empresas não serem em Belo Horizonte ainda faz com que os recursos fiquem concentrados.

Estimulo

Muitas ONG’s, centros culturais e projetos incentivam jovens das periferias há buscarem uma profissionalização no campo das artes. Segundo Antônio Moreira, esse tipo de iniciativa é importante para o desenvolvimento das habilidades, mas neste caso, é necessário pensar qual a relação custo – beneficio. Para ele, não há dúvidas de que seja possível viver de arte hoje em dia, principalmente através de incentivos governamentais. No entanto, ele realça que há, hoje em dia, uma superestimação da capacidade desse mercado cultural.
Comunicação

No caso dos jornalistas, por exemplo, a internet e o terceiro setor são algumas opções para quem enfrenta uma área tão concorrida. O terceiro setor, que necessita sempre de profissionais da área social e pesquisadores, amplia o leque de possibilidades.

Para a relações públicas Ana Cristina Jardim, moradora do bairro Taquaril, na região leste da capital, a principal dificuldade do profissional de comunicação se dá com relação à divulgação das vagas. Ela considera que o acesso é praticamente restrito à indicações. Hoje, Ana Cristina também trabalha no terceiro setor, em uma ONG da área cultural.

Pesquisas

Ainda segundo o professor é difícil afirmar dados relativos a área do mercado que ele mesmo intitulou de “mercado cultural”, que tem um número pequeno de pesquisas.

No entanto é possível afirmar que nesse momento surgem oportunidades de transformação do trabalho, nas formas de geração de emprego e renda, além da profissionalização gerar uma melhora quantitativa na qualidade.

Sugestão de Fontes

1. Professor Antonio Moreira Neto – Doutor em administração e Mestre em administração na área de relações de trabalho
Contato: (31) 3319- 4957/ [email protected]

2. Ana Cristina Melo – Relações Públicas
Contato: [email protected]